Como a Antiguidade Abordava a Saúde Mental

Consideremos: A história nos informa que a psicologia foi um ramo do domínio da filosofia até a década de 1870, quando se desenvolveu como uma disciplina científica independente na Alemanha. A psicologia como um campo autoconsciente de estudo experimental começou em 1879, em Leipzig, Alemanha, quando Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório dedicado exclusivamente à pesquisa psicológica na Alemanha. 

Wundt também foi a primeira pessoa a se referir como um psicólogo (um precursor notável de Wundt foi Ferdinand Ueberwasser (1752-1812) que se designou Professor de Psicologia Empírica e Lógica em 1783 e deu palestras sobre psicologia científica na Universidade Velha de Münster, Alemanha). Mas, então como os mais antigos, ou como as pessoas lhes davam com suas crises, seus problemas mentais, sua angústias e emoções antes do surgimento da psicologia? 

Para contextualizarmos vale observar que, antes do surgimento da psicologia como disciplina científica no final do século XIX, as pessoas lidavam com crises, problemas mentais, angústias e emoções de diversas maneiras, muitas vezes influenciadas por contextos culturais, religiosos e filosóficos. Na Antiguidade Clássica, Filósofos gregos como Hipócrates e Platão já discutiam questões relacionadas à saúde mental. Hipócrates, por exemplo, propôs a teoria dos humores, sugerindo que desequilíbrios nos fluidos corporais (sangue, bile, fleuma e bile negra) podiam causar problemas mentais. O próprio Platão abordou a psique humana em suas obras, enfatizando a importância da razão e do autoconhecimento.

Em várias culturas, problemas mentais eram frequentemente vistos como questões espirituais, se esbarravam na justificativa da religião e da espiritualidade. Na Idade Média, a Igreja Católica, por exemplo, interpretava comportamentos considerados “estranhos” como possessão demoníaca ou punição divina. Os indivíduos eram frequentemente tratados através de rituais religiosos, orações e exorcismos.

Em muitas culturas, também aconteciam as práticas de cura envolvendo ervas, rituais e tradições orais eram comuns. Por exemplo, na medicina tradicional chinesa, acredita-se que a saúde mental estava ligada ao equilíbrio das energias no corpo, e tratamentos como acupuntura e fitoterapia eram utilizados. Durante o Iluminismo, vimos uma espécie de psicologia moral, onde pensadores como Rousseau e Locke começaram a explorar a natureza humana e a moralidade.

A preocupação com a educação e o desenvolvimento pessoal começou a ganhar destaque, reconhecendo a importância das emoções e da razão na formação do caráter. No entanto, no século XVIII e XIX, começaram a surgir instituições para o tratamento de pessoas com problemas mentais. Embora muitas vezes fossem locais de confinamento, algumas instituições, como os hospitais psiquiátricos, tentaram oferecer cuidados mais humanos e terapias baseadas em atividades, como arte e música. 

Portanto, vemos que essas abordagens e métodos ao longo dos séculos e transculturais, embora muitas vezes não científicas, refletiam a busca da humanidade por compreender e tratar a complexidade da mente humana. Com o advento da psicologia moderna, novas teorias e práticas foram desenvolvidas, mas muitas das questões levantadas ao longo da história ainda ressoam nas discussões contemporâneas sobre saúde mental.


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