Quem nunca sentiu o peso da expectativa alheia? Quem, em algum momento da vida, não se viu cedendo a algo que não queria, apenas para evitar um conflito, uma decepção ou o temido “não”? Essa dinâmica, que se manifesta intensamente na adolescência e, muitas vezes, se perpetua na vida adulta, revela um profundo processo de anulação da própria identidade.
Estamos falando daqueles que se silenciam, que abdicam de suas opiniões e desejos genuínos por medo de frustrar os pais, de perder amigos ou de não se encaixar em um grupo. O “não” se torna uma palavra proibida, um abismo para a desaprovação. Essa busca incessante por aceitação externa, muitas vezes impulsionada por padrões sociais idealizados e pela pressão do ambiente familiar e social, leva à construção de uma persona. Uma fachada cuidadosamente elaborada para agradar, para ser “o filho perfeito”, “o amigo ideal”, “o profissional exemplar”.
O problema é que essa persona, inicialmente um mecanismo de defesa, pode se tornar uma prisão. Adultos que viveram tanto tempo por trás dessa máscara, representando um papel que não lhes pertence, chegam a um ponto de profunda desconexão consigo mesmos. A atuação é tão constante e tão internalizada que a linha entre o que se é e o que se representa se torna indistinta. A pergunta “quem sou eu de fato?” surge, acompanhada de um vazio existencial, de uma sensação de inautenticidade e, muitas vezes, de angústia e ansiedade.
Um Caminho para a Autenticidade
Reconhecer que se vive por trás de uma máscara é o primeiro e mais corajoso passo. O processo de desconstrução dessa persona e de reencontro com o eu autêntico exige paciência e, muitas vezes, acompanhamento profissional. Identificar os medos que impulsionam a busca por aprovação externa, ressignificar experiências passadas (como o bullying ou a pressão parental) e desenvolver a coragem de ser quem realmente se é. Aprender a dizer “não” de forma assertiva, expressar opiniões e a validar os próprios sentimentos são habilidades essenciais nesse caminho.
Viver uma vida autêntica não significa ser egoísta ou desconsiderar os outros. Significa construir relacionamentos mais verdadeiros e saudáveis, que se baseiam no respeito mútuo e na aceitação da individualidade. Isso significa encontrar a liberdade de ser, sem o fardo de sustentar uma imagem que não lhe pertence.
Permita-se tirar a máscara. O mundo precisa da sua versão mais verdadeira.
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