Contrariamente ao que muitos pensam, é na juventude que se deve refletir sobre a velhice. Essa reflexão pode melhorar as chances de vivenciá-la de forma positiva no futuro (Skinner e Vaughan, 1982 apud Picirilli, 2018). É comum encontrar pessoas que desejam viver por muito tempo, mas que não desejam envelhecer e, muito menos, pensar sobre o processo de envelhecimento. No entanto, essa fase da vida pode ser encarada com otimismo, pois faz parte do ciclo natural da vida.
No que diz respeito às relações sociais e seus paradigmas sobre juventude e velhice, é relevante refletir a partir da indagação de Confúcio (552 a.C. – 489 a.C.) sobre a sinceridade: “Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos tem?” Essa reflexão leva-nos a compreender de que velhice é diferente de envelhecer. Enquanto a velhice se refere a uma etapa da vida, o envelhecimento é um processo dinâmico que compreende essa etapa (Torres, 2015 apud Picirilli, 2018).
Segundo o Estatuto do Idoso, criado em 2003, considera-se idosa a pessoa com mais de 60 anos de idade. No entanto, é importante considerar que essa separação em faixas etárias pode ser mais flexível, e a experiência individual conta mais do que a idade cronológica, estando relacionada à subjetividade e ao contexto sociocultural (Picirilli, 2018).
A compreensão dessa fase da vida é complexa. Não se pode simplesmente determinar que a partir de uma certa idade a pessoa é considerada velha, pois essa condição vai além da idade cronológica e envolve fatores biológicos, sociais e a idade psicológica da pessoa, que inclui percepção, memória, aprendizagem e a maneira como cada um se avalia em relação aos outros da mesma idade. Perceber esses fatores é fundamental para mudar a concepção de envelhecer, tanto em relação aos outros quanto em relação a si mesmo, pois é muito possível que você seja ou venha a ser um idoso.
Além disso, é importante considerar que as perspectivas estatísticas mostram um aumento significativo no número de idosos no Brasil até 2060, segundo dados do IBGE (2013). Em 2013, havia aproximadamente 14,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos, representando 7,4% da população total. Em 2060, esse número deve chegar a 58,4 milhões, representando 26% da população. A expectativa de vida também deve aumentar, chegando de 75 para 81 anos (Picirilli, 2018).
O tema da velhice é delicado e relevante, podendo ser abordado em diversos contextos, como na família, nos direitos, no esporte, no trabalho, na sexualidade, entre outros. É fundamental refletir sobre esses temas com seriedade, pois a velhice ainda é estigmatizada na sociedade, que valoriza excessivamente a juventude, gerando preconceitos e limitando nossa capacidade de nos projetar no futuro. Portanto, é necessário desconstruir esses estigmas por meio da valorização do processo natural de envelhecimento, que começa desde o nascimento.
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Velha é a estrada. Eu estou viva 🍷 mas brincadeira a parte, envelhecer bem e com saúde no Brasil é totalmente político pq independente de classe social todo contribuinte no fim de sua carreira quer usufruir tranquilamente com sua aposentadoria. Apesar de que hoje a expectativa de vida da geração jovem tem mudado
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