Estresse Ocupacional e Segurança Pública

Imagine um ambiente de trabalho onde a pressão é constante, os riscos são elevados e o tempo para cuidar de si mesmo é escasso. Essa é a realidade de muitos profissionais da segurança pública, como policiais, bombeiros e agentes penitenciários. O estresse ocupacional, resultado da carga física e emocional intensa, torna-se um companheiro constante, corroendo a energia e a motivação desses trabalhadores. Será que essa não é a sua realidade?

O trabalho, aliado ao sofrimento, pode se transformar em um fator desencadeador de estresse psicológico e físico, levando ao estresse laboral, conforme apontam Menezes et al. (2017). Muitos profissionais da segurança pública enfrentam esgotamento, onde a exaustão emocional e física resulta em falta de energia e a sensação de que todo esforço é em vão. Essa situação gera despersonalização, um endurecimento emocional que afeta os relacionamentos e torna o ambiente de trabalho mais hostil. A sensação de incompetência e o isolamento social minam a autoestima e a satisfação profissional, gerando uma falta de realização tanto no âmbito profissional quanto pessoal.

O estresse laboral pode acarretar consequências graves na vida desses profissionais, como a Síndrome de Burnout. Seus sintomas incluem a perda de sentido no trabalho e uma sensação de inutilidade, que podem evoluir para tristeza profunda, apatia e perda de prazer nas atividades diárias, potencialmente se transformando em depressão. A pressão que se instala diante desse quadro gera medo e apreensão em situações desconhecidas, afetando a qualidade de vida. Essas situações se entrelaçam com a ansiedade provocada pelas pressões que podem surgir, criando um ciclo vicioso. A falta de esperança e a busca por escapar da dor podem levar a pensamentos autodestrutivos.

Diante desse cenário, pesquisas mostram altos índices de absenteísmo e afastamentos médicos, revelando a necessidade urgente de cuidar da saúde mental e física desses profissionais. Comportamentos como isolamento social e verbalizações pessimistas são sinais de alerta que não podem ser ignorados. É fundamental identificar o quadro real da saúde psicológica dos servidores da segurança pública, que estão mais vulneráveis ao estresse ocupacional. O estresse no trabalho é um problema sério que afeta profundamente esses profissionais. Portanto, é imprescindível dar atenção contínua a essa questão e buscar soluções que protejam a saúde e o bem-estar desses trabalhadores.

Referências:

MENEZES,P.C.M.etal.Síndromedeburnout:umaanálisereflexiva.RevistadeEnfermagemUFPEOnLine, v. 11, n. 12, p. 5092-5101, 2017.

SOARES, Wellington Danilo; RODRIGUES, Beatriz Pereira; PIMENTA, Carla Priscila Santos. Síndrome de Burnout, depressão, ansiedade e ideação suicida em servidores de segurança pública. Uningá Review, v. 36, p. eURJ3613-eURJ3613, 2021.


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1 Comentário

  1. Um outro aspecto que é muito ignorado na questão da saúde mental dos policiais é bombardeio diário da imprensa contra a atuação dos profissionais. O policial acaba sentindo que não há reconhecimento social de sua atividade, mesmo que coloque sua vida em risco. O que acaba se tornando mais uma variável nessa equação de estresse.

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