A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde mental como um estado de bem-estar onde a pessoa utiliza suas habilidades, lida com o estresse da vida, trabalha de forma produtiva e contribui para sua comunidade. A saúde mental é parte essencial da saúde geral e um direito fundamental. Em 22 de janeiro de 1998, a OMS afirmou que saúde é um estado dinâmico de bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não apenas a ausência de doenças. Esse conceito ampliado de saúde fez com que universidades em todo o mundo trabalhassem rapidamente para incluir a espiritualidade em seus currículos de saúde.
A saúde mental e a espiritualidade estão profundamente conectadas. Nos últimos tempos, a psicologia tem se voltado ao estudo da espiritualidade/religiosidade e sua relação com a saúde mental, o bem estar psicológico e a integração bio-psico-socio-espiritual do ser humano. Todas as religiões têm como base a experiência com uma realidade misteriosa e fascinante que se apodera do ser humano, manifestando a presença de algo transcendente que é sentido no cotidiano da existência humana e com grande capacidade de transformar a vida. Significa experimentar uma força interior que supera as próprias capacidades. Portanto, a espiritualidade e a religiosidade caracterizam-se pela dimensão essencialmente experiencial, enquanto que a religião está calcada no aspecto institucional e doutrinário.
A influência da religiosidade sobre a saúde mental é um fenômeno resultante de vários fatores como: estilo de vida, suporte social, um sistema de crenças, práticas religiosas, formas de expressar estresse, direção e orientação espiritual. Muitos estudos apontam, em seus resultados, que maiores níveis de envolvimento religioso estão associados positivamente a indicadores de bem-estar psicológico, como satisfação com a vida, afeto positivo e moral elevado, felicidade, melhor saúde física e mental.
Dalgalarrondo (2007) afirma que a presença do elemento religioso no modo de construir, enfrentar e vivenciar o sofrimento mental foi observado por muitos pesquisadores. Esse é o caso tanto de estudos com contornos mais qualitativos e etnográficos, como com os mais bem quantitativos e epidemiológicos. Isso também é constatável tanto para os transtornos mentais mais leves, como ansiedade e depressão, como para os quadros graves, como nas psicoses. Portanto, existe a necessidade de incluir a espiritualidade como um recurso de saúde e a inclusão desta temática já na formação acadêmica, provocando reflexão e questionamento sobre a dimensão espiritual do ser humano.
É possível notar que vários estudos de saúde pública demonstram que pessoas que apresentam envolvimento religioso têm menor probabilidade de apresentar comportamentos de risco, como violência, delinquência e crime, o uso e abuso de substâncias que criam dependência como álcool e droga. Além disso, a grande maioria dos usuários de serviços de saúde, avaliados em 350 estudos científicos, quer ser perguntada sobre sua espiritualidade e/ou suas crenças religiosas no contexto do cuidado à saúde.
Referências:
Boletim da UFMG. https://www.ufmg.br/boletim/bol1551/segunda.shtml.
1Oliveira, Márcia Regina de; Junges,José Roque.Universidade do Vale do Rio dos Sinos – SciELO Brazil – Saúde mental e espiritualidade/religiosidade: a visão de psicólogos Saúde mental e espiritualidade/religiosidade: a visão de psicólogos. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2012000300016, 2012. https://www.scielo.br/j/epsic/a/w3hnsrp3wzVcRPL3DkCzXKr/
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