O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de uma pessoa de prestar atenção, se concentrar e controlar impulsos. Embora o TDAH seja mais comum em crianças, ele pode persistir na adolescência e na idade adulta. De acordo com a American Psychiatric Association, cerca de 5% das crianças em idade escolar e 2,5% dos adultos têm TDAH. Sua prevalência em meninos é maior do que em meninas. No caso das meninas, os sintomas de desatenção são mais prevalentes (APA, 2014). No entanto, estudos mostram que o TDAH é frequentemente subdiagnosticado e subtratado, o que pode levar a problemas acadêmicos, sociais e emocionais.
O TDAH pode ter um impacto significativo na vida das pessoas que o possuem, bem como em suas famílias e na sociedade em geral. Crianças com TDAH podem ter dificuldades em se concentrar na escola, seguir instruções e se comportar adequadamente em situações sociais. Como resultado, eles podem ter um desempenho acadêmico inferior e enfrentar dificuldades emocionais, como baixa autoestima e ansiedade.
Com base no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais -DSM-5, os transtornos do desenvolvimento refere-se a um grupo de condições que, conforme sugere o próprio nome, surge no período de desenvolvimento do ser humano. Tipicamente, se manifestam cedo, geralmente, antes da criança ingressar na escola, tendo como característica défits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. Nesse sentido, nota-se que o tais défits relacionados ao desenvolvimento irão variar desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas, chegando obter até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência.
Como exemplo, a Psiquiatra Ana Beatriz em seu livro “Mentes Inquietas”, afirma:
As “crianças costumam dizer o que lhes vem à cabeça, envolver-se em brincadeiras perigosas, brincar de brigar com reações exageradas, e tudo isso pode render-lhes rótulos desagradáveis como “mal-educada”, “má”, “grosseira”, “agressiva”, “estraga prazeres”, egoísta”, “irresponsável”, “autodestrutiva” etc. Nas crianças DDAs (com TDAH) esses comportamentos são além de mais intensos, são mais frequentes”.
É característico de “alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto de excesso quanto de défits e atrasos em atingir os marcos esperados”. Por exemplo, o transtorno do Espectro autista somente é diagnosticado quando os défits característicos de comunicação social são acompanhados por comportamentos excessivamente repetitivos, interesses restritos e insistência nas mesmas coisas (DSM-5). Já o TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ ou hiperatividade-impulsividade (DSM-5, pag. 32).
Outros fatores que envolvem o TDAH é o fato da desatenção e desorganização envolverem a incapacidade de permanecer em uma tarefa, a aparência de não ouvir e a perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou nível de desenvolvimento. Já ouviu a frase: “Você já não está mais na fase de ficar perdendo as coisas, menino(a)!!!”? É exatamente isso. Outra característica que se observa, segundo o DSM-5, é que a hiperatividade-impulsividade se demonstram na inquietação, incapacidade de permanecer sentado(a), intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar. O indivíduo apresentará sintomas que são excessivos para a idade ou nível de desenvolvimento.
Na infância, o TDAH frequentemente se sobrepõe a transtornos geralmente considerados “de externalização”, tais como o transtorno de oposição desafiante e o transtorno da conduta. O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional.
Como lidar o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
Tanto para a pessoa que o possui quanto para sua família e amigos, lidar com o TDAH pode ser um desafio. No entanto, existem algumas estratégias que podem ajudar a gerenciar os sintomas do TDAH e melhorar a qualidade de vida.
- A terapia comportamental pode ajudar a pessoa com TDAH a desenvolver habilidades para gerenciar seus sintomas e melhorar seu desempenho acadêmico e social. A terapia pode incluir treinamento de habilidades sociais, treinamento de habilidades parentais, etc.
- Um estilo de vida saudável pode ajudar a minimizar os sintomas do TDAH. Isso inclui dormir o suficiente, fazer exercícios regularmente, comer uma dieta saudável e limitar o consumo de açúcar e cafeína.
- A organização pode ajudar a pessoa com TDAH a gerenciar melhor seu tempo e tarefas. Isso pode incluir o uso de listas de tarefas, calendários e lembretes.
- A escola pode fornecer apoio educacional para crianças com TDAH, como acomodações para testes e trabalhos escolares, tempo extra para concluir tarefas e aulas de reforço.
- O TDAH pode ser estressante e afetar a autoestima e a confiança da pessoa. O suporte emocional, como terapia individual ou em grupo, pode ajudar a pessoa a lidar com seus sentimentos e desenvolver habilidades para gerenciar o estresse.
É importante lembrar que o TDAH afeta cada pessoa de maneira diferente, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades de cada um. Ressalta-se ainda que é importante que o TDAH seja diagnosticado e tratado precocemente, a fim de minimizar seu impacto na vida das pessoas que o possuem e em suas famílias. O tratamento pode incluir medicação, terapia e apoio educacional.
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Francisco, muito obrigado!!!
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Lidar de maneira mais humanizada com o TDAH envolve compreensão, paciência e apoio. Esteja disposto a ouvir, ofereça suporte emocional e estruturas claras.
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Muito bom o texto.
Eduque-se sobre o TDAH para entender melhor as necessidades da pessoa e promover aptidões positivos.
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